Gays de Bauru comentam sucesso do personagem Crô

15/1/2012
Coluna ouviu a opinião de alguns homens que fazem parte ativamente da comunidade homossexual da cidadeCAMILA TURTELLI
camila@bomdiabauru.com.br

O controverso escravo  do Nilo

O personagem Crodoaldo Valério, o Crô, vivido pelo ator Marcelo Serrado na novela “Fina Estampa”, da TV TEM,  tem dado o que falar. Motivo de diversão para muitos, ele é também razão de desgosto para outros. A coluna ouviu a opinião de alguns homens que fazem parte ativamente da comunidade gay da cidade e que têm posições firmes em relação ao folhetim. Confira:
Paulo Rafael Mira Cabello, membro da
Associação Bauru Pela Diversidade

“Não acho que ele tenha sido colocado de forma proposital. Aliás, a vilã não poderia ter companheiro melhor. Por serem isoladas, as pessoas menos aceitas pela sociedade e, consequentemente, mais sozinhas, geralmente têm como melhor amigo sempre aqueles que se resistem fiéis, mesmo sob esculhambação. E quer pessoa mais fiel o Crô? O Crô é o retrato dos gays. Mesmo não tendo reconhecimento de Tereza Cristina, ele se mantém fiel e não perde a determinação em crescer. Viram que ele tá até fazendo o cabelo das mulheres do condomínio? Claro, sem ela saber. E falar que o Crô é estereotipado é o mesmo que achar que todas as mulheres ricas são como Tereza Cristina. Independentemente da orientação (não opção!) sexual, o ser humano é regrado de milhares de personalidades!”

Rubya Bittencourt, drag queen
 e diretora artística

“O personagem é tão falso como colocar um chinês para interpretar um negro. Aguinaldo Silva se vingou da comunidade gay esteriotipando um assessor que toda mulher rica queria. Cópia do personagem Marc St. James do seriado ‘Ugly Betty’, Crô é tudo aquilo que nós repudiamos. Somando-se as infelizes declarações do ator e do autor, desconfio que a arte é denegrida por vingança pessoal. Na disputa, prefiro o assessor de Brunette, o Bruno. Gay e assessor da socialite em ‘Mulheres Ricas’, é ponto para nós, onde a vida não imita a arte.”

Rick Ferreira,
 empresário e DJ

“Como um bom gay, Crodoaldo Valério, mais do que serviçal, se revela o melhor amigo de Tereza Cristina. Essa característica é marcante entre os homossexuais. Buscam ser o melhor possível em tudo o que fazem, até mesmo nas relações pessoais.  Porém, ser demasiadamente submisso, suportando todo o tipo humilhação, não é uma característica positiva da personagem. Isso não é comum. Os gays não costumam levar desaforo para casa. Além disso, repete os estereótipos sociais que estigmatizam os gays. Apesar de contraditoriamente, Crô desafia as provocações homofóbicas, exigindo respeito. Atitude cada vez mais presente entre os homossexuais.”

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