
11/1/2012
A mais popular forma de entretenimento, a Novela, hoje em dia traz sempre personagens gays e sem tanta polemica, parece que virou regra. Afinal a homossexualidade não está mais tão escondida como antes, não há como ignorar. Por isso eles aparecem nas tele-novelas seja tratando seriamente a questão ou de forma caricata e engraçada.
Não há dúvidas de que a homossexualidade está na moda. O problema é que uma moda passa. No programa Big Brother Brasil, por exemplo, há uma espécie de cota homossexual, toda edição tem um ou dois gays e lésbicas. Mas isso não é feito de forma que acrescente alguma coisa na sociedade e cultura de um modo geral. Eles são colocados em confinamento como atrações exóticas de zoológico. De forma sensacionalista!
Com a questão da homossexualidade frequentemente em pauta, os pais de hoje temem uma possível sexualidade homoafetiva por parte dos filhos. Este medo pode causar futuramente problemas de identidade no filho. Mesmo sendo hétero ele pode temer ser homossexual e se torturar com isso. A homossexualidade está tão em evidência que alguns pais procuram um meio de prevenção a homoafetividade. Meninos com gestos delicados ou certa feminilidade são de certa forma combatidos pelos pais ___Em tempos que o homem está quase sem referencia de virilidade devido à expansão feminina no mercado de trabalho ___quando os pais tentam “injetar” masculinidade no filho pode acabar por incentivar a brutalidade como sinal de masculinidade. Isso pode gerar conseqüências desastrosas no ciclo social do sujeito.
Não é possível prevenir uma condição homoafetiva, e isso não se trata de um problema. A criança precisa de boas referências femininas e masculinas. O importante é a formação do caráter da criança, e não o juízo que os vizinhos fazem da família Um dos pilares da educação infantil é afeto. Com amor e limites a criança é capaz de agregar bons valores e projetar uma sexualidade saudável. Independente do desejo dos pais, os filhos são livres para serem felizes.
Sobre os beijos homo-afetivos dizem que “não devem ser em público” ou “as crianças não estão preparadas para ver isso!”. Na verdade, o despreparo não vem das crianças, e sim dos adultos “o que dizer para uma criança”? Como passar adiante algo do qual você não entende e por vezes nem aceita? Por que não dizer então “não sei, não entendo, mas respeito”. Crianças não precisam de respostas a todo o momento, podem receber incógnitas, podem ser estimuladas a indagar. Um beijo gay não incentiva a homossexualidade, pois, de qualquer forma, a criança passará por este momento de escolha e, independente de qual seja, não saíra ilesa.
Por outro lado, casais homoafetivos que trocam carícias impondo sua forma de afetividade, por vezes, soam como agressividade. Uma coisa é querer ser aceito, outra coisa é assustar, “causar” ou simplesmente polemizar como no “zoológico BBB” Pessoas idosas não se sentem preparados nem para um beijo heterossexual Em público e merecem ter seu tempo respeitado. Num espaço em que a idéia é assumir sua forma de afetividade, não cabe a vulgaridade. Aliás, a vulgaridade jamais é bem vinda e este é o grande temor dos homofóbicos: a promiscuidade. É ingênuo e preconceituoso achar que homossexualidade é sinônimo de promiscuidade ou algo indigno. A vulgarização da homossexualidade está nos olhos do homofóbico ou na mídia irresponsável. O importante é a maneira como cada um vive sua sexualidade e se porta na sociedade
E querem punir a homofobia! Pergunto: como punir uma fobia? Fobia é um medo irreal, como punir um medo? O melhor é informar e desmanchar os “pré-conceitos”. Também é importante que os órgãos competentes façam um trabalho sensibilização. Algo o “BBB” jamais foi capaz de fazer. O que geralmente é punido é o desrespeito seja contra homossexuais ou qualquer outro sujeito. É uma questão delicada saber se há desrespeito ou falta de informação.
Os gays só lutam parar serem eles mesmos. Enquanto os héteros detêm uma conduta socialmente aceitável. Mas esta luta precisa ser de todos. É preciso que haja uma “auto procura” independente dos padrões preestabelecidos. Travar uma luta interna pela autenticidade. Seja na heterossexualidade e ou homossexualidade, seja no gênero feminino ou masculino. Autoconhecimento gera auto-respeito. Aquele que é bem resolvido será capaz de lançar um olhar mais tolerante e solidário.
Rita Cardoso - Psicóloga
Viva e Conviva - Consultório
ritacardoso.psi@gmail.com
(37) 9192-2624
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