Personagens gays dominaram novelas em 2011

POR PAULO RICARDO MOREIRA

 3/1/2012

Rio - Eles deram muita pinta e causaram em 2011. No ano em que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união homoafetiva por unanimidade, os personagens gays brilharam em novelas e séries, emocionando, divertindo ou provocando polêmicas. Teve campanha contra a homofobia e casamento homossexual em ‘Insensato Coração’, o primeiro beijo gay entre mulheres em ‘Amor e Revolução’ e até biba que vira hétero em ‘Macho Man’. Mas um mordomo afeminado e topetudo fecha o ano com toda a purpurina a que tem direito: Crô (Marcelo Serrado), o capacho de Tereza Cristina (Christiane Torloni), em ‘Fina Estampa’.

“Na primeira semana da novela, quando vi os câmeras e as faxineiras rindo no estúdio, achei que o Crô ia acontecer”, diz Marcelo Serrado, que tenta explicar a popularidade do personagem: “Ele é engraçado e espalhafatoso, mas tem uma certa melancolia, uma dor. Acho que isso o torna crível”.

Roni (Leonardo Miggiorin), o amigo gay e assessor de Natalie (Deborah Secco) em ‘Insensato Coração’, também garantiu boas risadas. A novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares trouxe um grande painel de personagens homossexuais, mostrados em seu cotidiano. Mas foi o casal Eduardo (Rodrigo Andrade) e Hugo (Marcos Damigo) que chamou a atenção. Tanto que, quando o namoro começou a decolar, as cenas mais picantes foram vetadas pela emissora. Assim mesmo, os dois se casaram no final. 

“Todos elogiaram a delicadeza do tratamento dado ao namoro de Eduardo e Hugo. As dúvidas de Eduardo, a maneira como, aos poucos, ele foi se aceitando. Recebi cartas de mães de gays contando que se identificaram com Sueli (Louise Cardoso), passando da reação inicial de choque para a aceitação e o apoio ao filho, e o desejo de que ele seja feliz”, conta Linhares.

Mas barulho mesmo fez o histórico beijo de Marcela (Luciana Vendramini) e Marina (Giselle Tigre) em ‘Amor e Revolução’, do SBT. “Acredito que a cena e toda a história de Marina e Marcela contribuíram na luta contra a homofobia, ajudando a sociedade a aceitar homossexuais, sem violência, reconhecendo seus direitos”, afirma o autor Tiago Santiago.

Em ‘Morde e Assopra’, André Gonçalves roubou a cena com seu afetadíssimo Áureo, que sempre inventava uma moda para fisgar o peão Josué (Joaquim Lopes). Já a história do ex-gay Nelson (Jorge Fernando) rendeu boas piadas, mas a queda de audiência da segunda temporada praticamente enterrou as chances de ‘Macho Man’ emplacar no ano que vem. 

Nudez e cenas quentes emplacam novela

Quem matou Salomão Hayalla? Mais importante que a revelação do assassino do personagem de Daniel Filho foi a constatação de que o remake de ‘O Astro’ emplacou, sem dúvida, um novo horário de novelas na Globo: o das 23h. Com médias entre 25 e 28 pontos, a trama de Alcides Nogueira e Geraldo Carneiro, baseada na obra de Janete Clair, caiu no gosto popular, misturando todos os ingredientes de um ‘novelão’: suspense, drama, romance e muita, muita cena de sexo — já que o horário permitia!

“A nudez entra na trama sempre que necessário, nunca para alavancar a audiência ou causar polêmica. É parte da história humana e assim é tratada”, disseram os autores na época, em entrevista a O DIA

A nudez do elenco foi muito comentada desde os primeiros capítulos. Logo no começo, Thiago Fragoso causou furor nas redes sociais ao mostrar o bumbum na cena em que seu personagem, Márcio Hayalla, abre mão da fortuna do pai, Salomão. Rodrigo Lombardi e Carolina Ferraz, que interpretaram os protagonistas Herculano e Amanda, fizeram várias cenas de sexo. Já Guilhermina Guinle, a Beatriz, foi eleita musa e deixou a TV ainda mais quente ao protagonizar as sequências em que sua personagem transa com os vilões Samir (Marco Ricca) e Neco (Humberto Martins).

http://odia.ig.com.br/portal/diversaoetv/html/2011/12/tv_colorida_213818.html

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